De
Brasília
A decisão do governo Bolsonaro de incluir diversos
equipamentos de energia solar em uma lista de bens de capital cujos impostos de
importação estão zerados até o final de 2021 tem, segundo membros da
administração federal, dois objetivos específicos.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou
ao Portal Solar que a medida aumenta a competitividade da fonte solar no Brasil
e, consequentemente, impulsiona a inserção da fonte na matriz elétrica
brasileira.
“A medida, que beneficia tanto os empreendimentos de
geração centralizada de maior porte como os empreendimentos de geração
distribuída, instalados na própria unidade consumidora, alinha-se com à pauta
do Governo Federal de buscar uma matriz cada vez mais sustentável, com aumento
do uso das fontes renováveis de energia”, disse.
Segundo fontes do governo, a isenção tem potencial para
impulsionar negócios diante de um cenário em que a desvalorização do real
frente ao dólar aumenta custos de componentes para geração com a tecnologia.
A área de comunicação do executivo federal fez questão de
divulgar o incentivo para o setor. Nesta segunda-feira (27), a página oficial
do governo fez uma postagem relatando a redução. “A partir do dia 1º de agosto,
equipamentos de sistemas fotovoltaicos, como painéis solares que captam a luz e
geram energia elétrica, terão os impostos de importação zerados até o final de
2021”, exaltou a mensagem.
Na semana passada, o próprio presidente Jair Bolsonaro
havia usado as suas páginas nas redes sociais para destacar a decisão. “O
governo Bolsonaro zera imposto de importação de equipamentos de energia solar.
As resoluções publicadas no Diário Oficial da União surgem após bateria de
isenções no mesmo sentido de cerca de 539 itens ligados ao combate do
covid-19”, escreveu o presidente.
O Ministério da Economia informou que ainda não há
cálculos do impacto da medida em termos fiscais. Segundo a pasta, a Receita
Federal não tem essa estimativa.
A Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério da
Economia, adicionou à lista dos chamados “ex-tarifários” uma dezena de módulos
fotovoltaicos para energia solar, além de inversores e outros acessórios, como
componentes dos chamados “trackers”, que permitem que os painéis de uma usina
acompanhem o movimento do sol ao longo do dia para maximizar a produção.
Foram beneficiados dezenas de modelos de módulos solares,
incluindo monocristalinos e bifaciais, além de alguns tipos de inversores
trifásicos para sistemas fotovoltaicos e componentes utilizados nos “trackers”,
como unidades de controle.
A medida impacta um conjunto de 109 equipamentos
fotovoltaicos, incluindo modelos específicos de módulos, inversores,
rastreadores solares para usinas de grande porte e motobombas solares para
bombeamento de água e irrigação.
Para o caso dos módulos fotovoltaicos a isenção do imposto
de importação reduz a tributação em 12% e para inversores, reduz em 14%. No
caso dos ex-tarifários são válidos apenas para os NCM’s publicados, dentro de
uma descrição específica e por um determinado prazo. O prazo é de agosto de
2020 até final de 2021.
Desafio
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica
(ABSOLAR) ressalta que a isenção não abrange todos os equipamentos do setor e o
benefício tende a ser utilizado em casos mais específicos.
Para a associação, a medida deve impulsionar a redução dos
preços da energia solar fotovoltaica. “Por outro lado, para os fabricantes de
equipamentos nacionais, a redução do imposto de importação é vista como um
desafio adicional, uma vez que aumenta a competitividade e atratividade de
produtos vindos do exterior e que competem com os produzidos no País.”
Fonte: Portal Solar
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